De uma ocasião, estando na Nazaré, fui ao teatro: um bonito teatrinho, de duas ordens, de camarotes, plateia, e galeria para o povo. Estava a sala cheia; era pelo tempo das festas; cada espectador tinha um varapau enorme, a que se encostava, varapau que o não desamparava nunca, que ele de manhã, na igreja, encostara à parede: nalguma sala, onde fora, colocara atrás da porta, com o boné em cima: e no teatro guardara consigo, conservando-o na mão, por forma que, quando subiu o pano viam-se mais os varapaus do que os espectadores, e os atores pareciam estar representando … a um canavial;
“Apontamentos de um folhetinista”, Júlio César Machado – 1878