Em semelhantes circunstancias qualquer exercito, por mais bravo que seja, não passa de um tímido e desprezível rebanho, e era neste estado que o exercito frances tinha marchado de Espanha para Portugal, e assim se aproximava da capital deste reino. Se uma voz de alarme se levantasse entre os habitantes do país semelhante exercito seria infalivelmente disperso e aniquilado. E com efeito, casos houve, em que grupos de dez e doze soldados, armados de espingardas, se deixaram desarmar por dois e três paisanos: munidos do seu varapau, os campinos do Ribatejo, também pela sua parte fizeram boa colheita, espancando e matando um bom numero deles, e a não serem as medidas de vigilância tomadas pelas autoridades locais, muito maior numero de vitimas teria logo tido lugar entre os invasores, que á maneira de um formigueiro se viam ir desfilando uns atrás dos outros ao longo da margem do Tejo.
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“Historia da guerra civil e do estabelecimento do governo parlamentar em Portugal. Segunda Época, Guerra da Peninsula, Tomo I” – Simão José da Luz Soriano (1870)