Há muito tempo vivia uma jovem lindíssima que trabalhava como aia da marquesa, dona e senhora da Quinta das Marquesas, uma propriedade que existia na zona de Sintra.
A propriedade era muito extensa e toda murada e nenhum habitante das redondezas se atrevia a entrar pois sabia que era vigiada por dois guardas armados.
A jovem tinha um apaixonado, um rapaz do povo, mas pouco se viam, só quando o jovem ia entregar algumas mercadorias à mansão e às escondidas conversavam e faziam planos para o futuro.
Chegou o dia em que, como todos os anos acontecia, a propriedade era aberta ao povo pois, nessa altura realizava-se uma festa que era, ao mesmo tempo religiosa e pagã. Religiosa pois fazia-se a procissão em honra da Nossa Senhora das Mercês que estava na capela da propriedade e pagã pois, ao mesmo tempo fazia-se uma feira onde se vendiam os produtos agrícolas, cereais e gado. Também havia jogos e um dos mais populares era o jogo do pau.
Nesse ano, para tornar o jogo mais renhido o caseiro e pai da jovem fez constar que daria a mão da sua filha em casamento ao homem que ganhasse o jogo do pau.
Todos os anos o jogo tinha muitos concorrentes pois era hábito fazerem competição entre as terriolas das redondezas para ver quais tinham os homens mais corajosos, mas parecia, ao jovem enamorado, que nesse ano ainda havia mais homens a competir.
A jovem, sabendo da promessa da sua mão em casamento, ficou destroçada a pensar que iria perder o seu amor para sempre, mas no dia do jogo a esperança explodiu no seu coração pois viu que o seu amado ia concorrer.
A competição começou e estava renhida, havia realmente muitos homens valentes, mas o jovem com a força redobrada por todo o amor que sentia, conseguiu vencer a competição.
Esgotado, roto e sujo apresentou-se ao caseiro dizendo que apesar de achar que era pouco digno de um pai oferecer assim a mão de uma filha em casamento ali se encontrava para reclamar o seu prémio pois estava perdidamente apaixonado pela jovem.
Assim os jovens casaram e viveram muito felizes na propriedade, continuando a jovem como aia da marquesa e o jovem como caseiro.
– Bernardo Teodósio nº5 6ºA – 2010