Conspiradores Monárquicos de varapau

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“Photografia de alguns valentes portugueses, pertencentes à coluna(…) do glorioso nome portugues. Viva D. Manuel II”
-Ilustração Portuguesa N338 – 12 Agosto 1912
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-Acontecimentos no ano de 1911
Noticiavam os jornais que, em Felgueiras, magotes de indivíduos empunhando espingardas, foices e varapaus entoaram «vivas» à Monarquia e a Paiva Couceiro, seguidos de «morras» à República, e hastearam a bandeira azul e branca na Câmara Municipal.
-Fonte:Douro press-As incursões dos “couceiristas” no Minho e Trás-os-Montes Por Manuel Dias, jornalista e escritor
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Apesar de se encontrarem suspensas as garantias individuais e ter sido declarado o estado de sítio em 13 de Dezembro de 1916, na sequência da tentativa de golpe liderada por Machado Santos, os monárquicos da Mamarrosa, armados de varapaus e espingardas, eram acusados de, na noite de 1 para 2 de Janeiro de 1917, insultar os republicanos e soltar “avinhados vivas à monarquia”. O instigador-mor era mais uma vez Armando Simões Gapo, “ridículo galopim às ordens do chefe monárquico Sereno de Bustos”

A pretexto do 9 de Maio de 1920: achegas para o ambiente em que se gerou a freguesia de Bustos – Carlos Braga – 2010
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Grupo de «Trauliteiros»

monárquicos revoltosos que assolaram o norte do país durante a intentona monárquica de 1919 (a “Monarquia do Norte”). Fotografados no exílio em Espanha (a fotografia foi cedida à “Ilustração Portuguesa” por Luiz Derouet). 03 FEV. 1919.

Fundo: AMS – Arquivo Mário Soares – Fotografias Exposição Permanente
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“A grande maioria dos soldados deste exército improvisado era constituída por civis e eclesiásticos, alheios à organização militar e desprovidos de treino específico. Na sua preparação para combate, na ausência de armamento e de espaços adequados, recorria-se a exercícios feitos «com paus», quantas vezes realizados nos quartos ou corredores das casas que os hospedavam. A maioria dos «combatentes» aliciados, simples trabalhadores agrícolas e rurais e alguns criados, deixara-se guiar pelas promessas de proventos financeiros e de uma vida mais desafogada.”

“Antiliberalismo e contra-revolução na I República (1910-1919)” Miguel António Dias Santos – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
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Santo António da Neve – “No Sto. António pagas-mas”


Antiga foto da Capela de Sto. António da Neve antes de ser renovada.

Embora os serranos não fossem muito religiosos, cada conjunto de três aldeias tinha uma capela comum no lugar do centro, o maior, onde se realizava a festa e o baile. Nestas ocasiões todos se uniam e comemoravam em festas de índole religiosa.


Poço e Capela de Sto. António da Neve, Lousã, Portugal.

O centro da Serra, local culto religioso e pagão e de trocas comerciais era o Sto. António da Neve, onde era demonstrada a solidariedade da serra. Juntavam-se nove aldeias com Lousã, Serpins, Vilarinho, Coentral, Castanheira de Pêra. Embora que as aldeias fizessem bailes entre si, as outras freguesias faziam bailes à parte; se, durante o ano alguém dissesse “No Sto. António pagas-mas”, isso significava que o jogo do pau iria ser, mais uma vez, uma forma de resolver problemas.

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“Aldeias serranas, que futuro?” – Susana Moita, Lurdes Silva, Catarina Fernandes, Isabel Lopes

Aldeias Serranas:
  

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O jogo do Norte.

Em Lisboa, dá-se a designação de jogo do norte, ao combate contra vários adversários.

Na primeira parte deste video, o CCRJC dá-nos uma excelente demonstração de várias dessas situações de combate, praticadas não em situação real que seria impossível  sem acidentes, mas sob pressão, dada pelos vários adversários que seguram a vara como alvo e que pressionam, aproximando-se e afastando-se.

Assim, criam-se pressões reais sobre quem pratica/está no meio, que se vê forçado a reagir ao ambiente hostil e em constante mudança que o rodeia.

O lutador em inferioridade numérica, não segue uma formula fixa, utiliza sim uma série de ataques simples, mas rápidos e fortes, sob os quais tem um grande domínio,   para manter os adversários à distância. Pois os mais bravos teriam dificuldade em se aproximar dele, sabendo que teriam que se pôr de baixo destes golpes.

Estes dois elementos são essenciais para esta situação de combate, sem a capacidade de reagir dinamicamente, em todas as direcções, às pressões que o rodeiam, o lutador, por mais forte que seja o seu ataque, seria eventualmente apanhado de surpresa num ângulo a que não tivesse atento. Por outro lado, se o seu ataque fosse fraco, acabaria por ser “esmagado” pelos seus adversários  que  não sentiriam necessidade de se afastar.

Para se adquirir estes movimentos, pode e deve-se praticar de forma mais sintetizada  e sequênciada,  segundo uma ordem definida, sem todo o caos que parece haver nesta demonstração, porém, este tipo de prática mais dinâmica, foi o que permitiu manter o jogo do pau vivo como sistema de combate, não preservando apenas os movimentos, mas também a atitude e concentração necessárias a uma situação de combate tão complicada como é a de se estar em inferioridade numérica, desenvolvendo assim, nos praticantes, competências e aptidões que de outra forma não seriam desenvolvidos nem preservados.

“As cavalhadas e o jogo de pau no Velodromo de Lisboa”

“O prefessor Domingos Salreu jogando o pau, vestido de campino.”

Ilustração Portuguesa 2ª Série N 23 de 30 de Julho de 1906

Feira dos 26

Conta-se  a história de um jogador de grande talento do Porto, chamado Carvalho, feirante de gado, que na Feira dos 26 em Angeja, perto de Aveiro, conseguiu aguentar-se sozinho contra um grupo que o atacava, até que tropeçou e caiu para o chão, e nessa altura o melhor jogador dos adversários saltou para o seu lado, pronto a defendê-lo, dizendo aos seus companheiros que quem pretendesse bater no valente caído tinha que lutar primeiro consigo.

“O Jogo do Pau, ou esgrima lusitana, é uma arte marcial portuguesa, praticada com um único e maior, ela foi introduzida no Rio de Janeiro por imigrantes portugueses no século XIX, muitos desses imigrantes se disseminaram nas maltas de capoeiristas, inserindo essa luta dentro da capoeira. No inicio da era republicana no Brasil, as gangues de capoeiristas foram finalmente banidas do Rio, a Capoeira passaria por processos que a tornariam no é hoje, uma arte marcial como esporte, alem de uma expressão cultural, felizmente não haveria mais lutas sangrentas pelas ruas, mas nesse processo a o uso do jogo do pau no Brasil também praticamente se perdeu, pouquíssimos ainda o conhecem. Na adolescência, meu personagem trabalharia num armazém onde seu patrão, que na verdade é um mestre nesta arte, decide lhe ensiná-la após conhecer o seu caráter e gosto por lutas. Um dia esse garoto cresceria e usaria dois bastões, capazes de se distender e unirem-se numa forma maior, como uma arma que já vi usada pelo do Red Robin, acho.”

by Besouro-Negro