em “A nota elegre dos tribunaes” – Alfredo Pinto, 1892:
Apresenta-se para depor como testemunha um homem de meia idade, alto, reforçado, tipo de lavrador, a quem o meirinho interpelou sob o nome de Bate casacas.
Juiz. — «Diga-me o seu nome. Da alcunha não quero saber.»
Ele. — «Mas quero eu, que a herdei de meu sogro e respeito-o muito.»
Juiz — com verdadeira curiosidade : — «Desejava bem que me explicasse a razão disso.»
Ele. — «E’ bem simples: meu sogro, que gozava no sitio boa fama como honrado e valente, disse-me à hora da morte : Rapaz, conserva a nome de guerra por que todos sempre me conheceram, que te hás de dar bem. — Ganhei-o na festa da Senhora Santana, onde eu, com o meu varapau, corri mais duma dúzia de casacas que contenderam com minha mulher, com aquela santa que já lá está na terra da verdade! Usa, pois, do nome, do cajado que ainda conservo, e… bate casacas sempre que for preciso.
«E aqui está, sr. juiz, porque eu conservo essa alcunha e estou sempre disposto a manter-la e respeitar-la.»
Juiz. — «E conte comigo para fazer justiça ao seu nobre procedimento, com tanto que nunca se exceda.»