(…)
Quer larápios refinados,
que tenham ostentação;
homem de muito dinheiro,
que importa seja ladrão.
Fale bem, tenha palavra,
seja muito… eloquente…
embora não diga nada,
tem um culto reverente.
Mas o pior desta lesta,
este é o meu desconsolo,
os pobres roem as cascas,
os maraus papam miolo…
Os pobres vivem famintos,
quasi sem pão, nem camisa,
outros em risos e festas
sua existência desliza.
Só nos resta a pele e o osso
neste jogo malabar,
oh! que artistas tão distintos,
ninguém os pôde igualar!
Mas quando virá um dia
a terminar esta farsa?
Jogador de pau valente
para varrer uma praça?
Quando surgirá um braço
cheio de força e de orgulho,
empunhando com denodo
o mais famoso estadulho?!
(…)