Já no tempo da Guerra da Restauração a população transmontana era um pouco deixada às suas sortes, armada com o que tinha, as suas ferramentas agrícolas, para lutar pela independência do território nacional.
Principais Acções no Teatro Transmontano
Aspectos Gerais
O desenvolvimento da guerra em cada um dos teatros, que não o alentejano, dependia, como já se aflorou, dos meios que localmente se podiam reunir e da evolução que naquele, o principal, se verificava. De facto, o dispor-se neles de tropas, de armas e de comandantes dependia por vezes do que, cautelosamente, se pudesse retirar da província do Alentejo e, ainda, da necessidade e possibilidade de distrair meios para o seu reforço. Mas, apesar de Carlos Selvagem e outros historiadores, como se apontou, considerarem no quadrante nordeste alentejano quatro fases da guerra em face das resultantes políticas e estratégicas e das tácticas seguidas, não resta dúvida de que no conjunto do território e do ponto de vista estratégico, operacional e logístico‑administrativo essas fases se terão inserido mais claramente em apenas duas: a primeira, de 1641 a 1659, antes da chegada do Conde de Schomberg, e a segunda, de 1660 a 1668, com este general até ao termo da luta, ambas tendo a apoiá-las ao nível do governo do Reino, como organizador e administrador, enquanto não foi afastado, o Conde de Castelo Melhor.
Sistema de Luta
Sujeito, portanto, aos deficientes e sempre magros factores de defesa locais e aos que decorriam da luta nos outros teatros, o teatro de operações de Trás‑os‑Montes, logo a partir de 1641, apesar dos trabalhos de preparação da sua defesa imediatamente encetados no cumprimento das ordens reais, encontrava‑se em muito mau estado quanto à organização e preparação das tropas, estas agravadas, como já se referiu, pela obrigatoriedade de entrega das armas pelos populares que as possuíam, deixando-lhes praticamente só os seus artefactos agrícolas e outros para “darem largas aos seu ódio contra os irmãos‑inimigos”.
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A Guerra da Restauração (1640-1668) no Teatro de Operações Transmontano.
Através das “Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança” por Francisco Manuel Alves (Abade de Baçal)