Serafim Curado Borges da Gama

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Serafim Curado da Gama, o seu grande sonho foi fundar a primeira farmácia da terra (na altura chamava-se botica), num tempo em que ocorriam dezenas de mortes por ano, devido à total ausência de cuidados médicos (era o apogeu do então fatídico jogo do pau). A farmácia nasceu em 1898, quando os medicamentos eram misturas feitas em almofarizes de pedra. Até à pouco tempo, manteve o seu nome. Diz-se que Serafim Curado da Gama salvou dezenas de vidas.

http://geneall.net/pt/forum/532/familias-de-alvaiazere-e-pussos/#a222875
https://www.geni.com/people/Serafim-Curado-Borges-da-Gama/6000000002805589093

EN: Serafim Curado da Gama had the dream of opening the first pharmacy in his village, because of the large number of deaths due to the lack of any medical care in the region, in a time that the fatidical jogo do pau was very common. He opens the pharmacy in 1989, and is said to have saved many lifes.

Entrada gratuita no museu, no dia 17 de abril, a propósito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios | Mostra dedicada ao jogo: entre o local e o global —

O Jogo: entre o local e o global No âmbito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, em 2016 dedicado ao tema «Desporto, um Património Comum», apresentamos uma seleção de objetos do Museu Nacional de Etnologia que ilustram o caráter universal do jogo. A partir de coleções provenientes de diferentes partes do mundo, procurámos mostrar […]

via Entrada gratuita no museu, no dia 17 d às 9 da noite – é até à morte a trabalhar, até cair para o lado, até ao medo, os gritos, os divórcios, as crianças com fome, o frio, a perda da casa, a perda das férias, o fazer contas a cada hora, cada minuto da vida, o ter comer e tecto mas não tempo, vida, a tristeza, os conflitos, o desamore abril, a propósito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios | Mostra dedicada ao jogo: entre o local e o global —

Positivo: Utilizarem uma imagem do jogo do pau para promover um evento do Museu Nacional de Etnologia.
Negativo: O evento nada ter a ver com o jogo do pau.

Romarias em tempo de guerra.

romariasScroll down for English translation: Wartime Festivals

Verificou-se que a concorrência este ano ás romarias do Senhor da Serra e da Senhora da Atalaia, as duas festas populares mais animadas dos arredores de Lisboa, foi muito inferior á dos últimos anos. Influencia da guerra? Decerto, pelo menos como factor principal. Aos políticos que se queixavam -estranha queixa! – de que não sentíamos a guerra, de que parecia que não tínhamos a consc1enc1a de tomar parte directa no conflito, responde-se agora com este afastamento das poucas diversões que eram concebidas ao povo português. Ele sente, enfim, a guerra.

Em todo o caso a romaria, mesmo despida da poesia de que os sentimentalistas a revestem, tinha grandeza; para ela se desafiavam os rapazes que haviam tido desavenças pelo ano adiante e ai é que as contas se saldavam, à paulada. Moços fortes partiam cabeças rijamente, em duelo franco, por sua dama, que premiava o vencedor com o melhor sorriso, antecedendo prenda de mais valia.

Sabemos de uma aldeia da nossa terra onde as raparigas não casam com quem não tenha tido pelo menos uma rixa, deixando o adversário bem amassado. E então os rapazes de ali andam sempre ansiosos pela romaria, onde as costelas se amassam… Vão-se estas tradições de brutalidade, mas que não deixaram de ter a sua nobreza.

“ilustração Portuguesa” Nº602 – 3 de Setembro de 1917

Wartime festivals

There was a small afflux at the two most popular festivals near Lisbon, Senhor da Serra and Nossa Senhora da Atalaia had much less people that in the last years, influence of the war? For sure, as a main factor. For the politicians that complained – and what a weird complain – that we didn’t feel the war, and didn’t have conscience that we were taking part of the conflict, the answer is now this absence from the very few occasions the Portuguese people have for themselves to enjoy. The people finally feel the war.

Even so, the festival had a grandness in itself, in it the boys challenged each other solving the rivalries accumulated along the year, and the the problems were settled, with staff fights. Young and strong boys breaking each other’s heads fiercely, in a franc duel, because of a lady, that would reward the winner with her best smile, anticipating a most valuable gift.

We know of a village where the girls don’t marry a man that had not made it into at least a brawl, leaving his opponent smashed. So the boys of the region are always anxious for the festivals, where ribs get broken… This brutalities are going away now, but they still have their nobility.
in “ilustração Portuguesa” Nº602 – 3 de Setembro de 1917

Varapau Ferrado

Varapau Ferrado – Waking staff with ferrule
http://www.matriznet.dgpc.pt

Varapau de madeira exótica de cor castanha avermelhada. A extremidade inferior é menos espessa que a superior, alargando até chegar a esta última. A extremidade superior apresenta um revestimento em latão de cor dourada. A parte inferior do mesmo revestimento apresenta faixas ponteadas, dispostas na horizontal, espaçadas entre si. A extremidade superior é de formato de um prisma octogonal. Sobre este, ao centro, um espigão de ferro de contornos arredondados. Forma um pequeno ressalto a meio da sua altura. O topo é lobular.
Origem / Historial:
Foi efectuado um estudo, incidente na colecção de traje popular português do Museu Nacional de Etnologia. O estudo abrangeu as províncias do Douro Litoral, Beira Alta, Beira Litoral, Beira Baixa e Ribatejo, num total de 177 objectos. Deste número, Ernesto Veiga de Oliveira recolheu 87, entre 1961 e 1972. 37 pertencem à província da Beira Litoral.

Diploma de Louvor a mestre Nuno Russo pelo Ginásio Clube Português

Nuno Russo

Nuno Manuel Curvello Russo, nascido em 1954, iniciou a sua carreira docente em 1979, há 37 anos, sempre de forma entusiástica, com grande empenho e em regime de pró-bono.

O Jogo do Pau é uma luta ancestral, com vários séculos, praticada pelo povo, replicando a luta de armas dos fidalgos. Foi adoptado como modalidade desportiva em 1885, no Ginásio Clube Português, por José Maria da Silveira.

Nas últimas décadas o Professor Nuno Russo, tem sido o principal responsável pela promoção e divulgação do Jogo do Pau em Portugal. É um símbolo desta modalidade desportiva de origem portuguesa, sendo ainda o “pai” da denominada Esgrima Lusitana.

O Prof. Nuno Russo tem sido responsável pela formação dos “Mestres do Jogo do Pau” e pela internacionalização desta modalidade, dando a conhecer ao Mundo este nobre Desporto Nacional.

Sem o seu trabalho, empenho e dedicação, hoje não existiria o Jogo do Pau Português.

Pela elevada dedicação dedicada ao Ginásio Clube Português, pelo mérito desportivo e associativo e pelos serviços relevantes prestados ao Clube, ao Desporto e ao País, nos termos dos Estatutos e do Regulamento de Prémios e Distinções delibera a Direcção distinguir com Diploma de Louvor o Professor Nuno Manuel Curvello Russo.

Lisboa, 18 de Março de 2016

A Pátria – Guerra Junqueiro

Guerra Junqueiro

Tive castellos, fortalezas pelo mundo…
Não tenho casa, não tenho pão!…
Tive navios… milhões de frotas… Mar profundo,
Onde é que estão?… onde é que estão?!…
Tive uma espada… Ah, como um raio, ardia, ardia
Na minha mão!…
Quem m’a levou? quem m’a trocou, quando eu dormia.
Por um bordão ?!…
E tive um nome… um nome grande… e clamo e clamo.
Que expiação!
A perguntar, a perguntar como me chamo!…
Como me chamo?… Como me chamo ?…
Ai! não me lembro!… perdi o nome na escuridão!…
(…)
E eu desatei a rir, eu desatei a rir,
E três dias cantei com mais três noites a seguir!

Não dormia a rainha de me ouvir cantar…
Oh, loucura minha, desventura minha!
Cantigas são graças para não chorar…
Mandou-me prender, mandou-me enforcar.

Chegaram as tropas e eu, desarmado,
Zás! desbaratei-as com o meu cajado!

E puz-me a cantar! e puz-me a cantar!

Tremendo, a rainha disse então ao rei:
Emquanto o não matem não descançarei.
Com teus cavalleiros vae-m’o tu buscar,
Traz-m’o aqui de rastros para o degolar.

Veio o rei á frente d’um grande estadão,
Zás! desbaratei-o com o meu bordão!
É de temer, é de temer
Um doido varrido com um pau na mão!…

E sempre a cantar! e sempre a cantar!

“A Pátria” – Guerra Junqueiro, 1896

Sarau do Real Gymnasio Club Portuguez – 1903

Assaltos de pau pelos srs. Acrisio Cannas e Joaquim Cruz.

O Sarau do R.G.C.P.

“(…)Agradaram também muito outros números como os assaltos de esgrima de florete, sabre e pau, sobretudo o de pau, jogo genuinamente nacional e poderoso auxiliar no desenvolvimento físico, executado com grande correção e entrain pelos srs. Acrisio Canas Mendes e Joaquim Cruz, de que também compartilhou o seu professor Artur dos Santos, digno discípulo do grande mestre Pedro Augusto da Silva.”
“O Tiro Civil” nº 255, 1903

Estas fotografias parecem ser certamente feitas em estúdio, num espaço apertado, o que faz denotar a postura, não muito confortável, em que os jogadores se encontram, especialmente sabendo que o jogo em Lisboa nesta altura se fazia mais a uma mão e de longo alcance. Provávelmente tiradas antes ou depois do sarau.

Arthur dos Santos no El Heraldo Deportivo

Artigo espanhol sobre Artur dos Santos em que se destaca as suas qualidades de grande professor de ginástica e de esgrima de pau.

arturDosSantosEspanha2

“La verdadera especialidad de Arthur dos Santos es la esgrima do pau, desporte genuinamente português, que el ha dignificado, codificándolo, quitándole toda apariencia de jayania.

Maestro consumado en este deporte, ha alcanzado senaladísimos triunfos, creando escuela propria y sacando uma pléyada de alumnos que sabem homrar al profesor y aseguran, con su actuación brillantíssima, el éxito de este desporte tantas veces como se presentan em público.”

El Heraldo Deportivo (Madrid). 25 Setembro 1917.