Choupa de aço de mais de palmo.

O marchante, arrancando o pau, desenroscou um canudo de cobre que escondia uma choupa de aço de mais de palmo. Manuel Baptista sacou de um dos coldres uma pistola, e esperou sem lhe erguer o cão; o destemido ébrio floreando o longo pau de lódão fez-lhe uma pontoada ao peito, da qual o salvou o cavalo empinando-se. O cirurgião engatilhou e disparou à cabeça de Joaquim Roxo, que instantaneamente caiu de borco sobre o pescoço da mula.

“O Degredado”– Camilo Castelo Branco ~ 1877

Camilo a pau e fogo.

Uma  noite,  quando  um  dos  padres  recolhia,  enxergou  um  vulto  esbatido  no escuro do  mural  que  formava  o tapume  da  eirada sua casa,  e  lobrigou  por entre a sebe o alvejar de uma saia a fugir. Cresceu sobre o vulto com o pau em programa  de  bordoada, e  ouviu  o  estalido  do  peno  de  pistola.  Susteve  a pancada e perguntou:
— Quem está aí?
— Sou o Belchior Bernabé.
— Que fazes aí?
— Nada, Sr. Padre João.
— Porque te escondeste?
— Não faço mal a ninguém, Sr. Padre João.
— Mas engatilhaste uma arma de fogo! — E acercou-se dele arremetendo.— Que queres tu desta casa, enjeitado? Servem-te as minhas sobrinhas…? — E  atirou-lhe um epíteto que definia a natureza da mãe incógnita.
—Sr. Padre João, olhe que, se me bate, eu, bem me custa, mas… atiro-lhe. Siga o seu caminho e deixe estar quem está quieto e manso. Padre João Ruivo sobraçou o marmeleiro ferrado e murmurou:
—Tomo-te à minha conta, brejeiro!
E passou avante.

“Novellas do Minho – O comendador“ -Camilo Castelo Branco

personagens jogadores de varapau (3º)

No seguimento de um post anterior, ficam aqui mais alguns personagens jogadores de varapau, na literatura portuguesa:

O morgado das Perdizes
– Deixem se de contos – continuou o padre – eles fazem o que querem porque sabem que não há um homem de coragem que se ponha à frente do povo….

-Lá isso é que é verdade.

-Já não há homens para as ocasiões.

O morgado das Perdizes que tinha presunções de valente e gabava se de ter varrido feiras a varapau espinhou se com estas palavras e protestou dizendo: -Então julgam vocês que eu se me der para ai, não vou ao cemitério, eu só, e ponho tudo aquilo em cacos? hein?

“A morgadinha dos Canaviais” Julio Dinis – 1868


O Trinta
Em aparecendo o Trinta com o seu varapau de marmeleiro, os desordeiros, que sabiam a coragem e perícia com que ele o manejava, sossegavam ou fugiam.

“Outros tempos, ou Velharias de Coimbra 1850 a 1880” – Augusto d’Oliveira Cardoso Fonseca 1911


Manuel Gandra
Moço e robusto, airosamente aprumado, com o sangue a reçumar-lhe em cores nas faces, uma alegria vivida nos olhos garços, destro ao jogo do pau e languido á guitarra, impunha-se aos homens pela valentia e as mulheres adoravam-no pedindo-lhe tonadilhas e fados tristes.

“Rei negro : romance barbaro” – Henrique Coelho Neto – 1912


O sr. Gomes
Todos na Aldeia o estimavam, porque todos Ihe deviam favores, e além de o estimarem, respeitavam-no porque ele não era mole de queixos. Um ano, na feira de Castro, numa barraca de bacalhau frito, pegou-se de razoes com um valentão de Almodôvar, e como das palavras passassem aos atos, zurziu o homem e mais uns quatro fulanos que o acompanhavam, pondo-os em tal estado que nenhum pode sair dali pelo seu pé.

Era muito desembaraçado, e com um bom cacete nas unhas era homem para varrer uma feira. Felizmente que os homens como o sr. Gomes, valentes no mais rigoroso significado da palavra, nunca são desordeiros nem provocadores; aceitam as situações que Ihes criam; não voltam a cara ao perigo que os ameaça, e quando precisam afirmar os seus brios e pundonor fazem-no a dentro da justa medida, como que procurando que a legitima defesa não toque as raias da agressão desnecessária.

“Scenas da vida” Brito Camacho, 1900


D. Lopo
Segundo a religiosa praxe da época, aprendera D. Lopo na sua mocidade, a jogar o pau, no que fora sempre insigne, e até temido.

“Viver para sofrer. Estudos do coração.” José Barbosa e Silva – 1855


Joaquim do Adro e Manuel da Portela
Nascidos no mesmo ano, Joaquim, do Adro, e Manuel, da Portela, tinham crescido juntos, ligados sempre por, até então, jamais quebrantada amizade.(…) Mais tarde, no tempo das verduras de rapazes, bem precavido devia andar quem quisesse mal a qualquer delles, pois, quando apenas julgava encontrar um, achava com certeza dois marmeleiros,
que consideravam a solidariedade como ponto de religião, tanto no ataque como na defesa.

“Contos – A sentença da Tia Angélica” Pedro Ivo – 1896

Os da Cerda e os da Rabiosa

Estava aberta a contenda entre os da Cerda e os da Rabiosa. Ninguém podia iludir o propósito, em que uns e outros, tinham vindo, de se pegarem. O conhecido improvisador Santinho, era um velho magro, todo barbeado como clérigo, e calvo como um sacristão. O seu beiço fino e irónico, o seu olho, redondo e vivaz, como que entrava pelas pessoas. Empalideceu sorrindo diante do repto da Rita ; tirou do bolso da vestia um lenço de paninho com que limpou o nariz e os lábios para ganhar tempo; avançou adiante o pé esquerdo e encostou- se à sua vara de marmeleiro, delgada e imprópria para chibancias de bordoada. Depois de tirar longa expiração, respondeu:

S’a minha chieira é grande,
a tua é presumpçao;
tira-te p’ra lá herege,
que não ouviste o sermão.

— E é verdade que não ouviu ! — confirmou a moleira — Mas a rapariga chegou depois, tio Zé!…
Réplica da Rita :

O sermão foi bem bonito,
ouvi-o o anno passado ;
se tu ouvistes melhor,
é qu’estavas precisado.

O cantador:

Vens de longe rapariga,
com fama de grande spanto;
‘stá na tua frente um home,
que se chama o Zé Santo.

A cantadeira, logo a seguir:

Se o teu nome é de santo,
tua cara é de fuinha;
deixa-te lá de cantigas,
vae resar a ladainha.

A gargalhada foi estridulosa e ampla. O rapazio pendurado nos fortes galhos da carvalheira, aplaudiu com um gritado «viva à Rita!». O valor do gabo fora acrescentado pela expressão gaiata das caras travessas, que apareciam por entre a folhagem. O velho, assim chamado à liça, deu uma sacudidela ao corpo, adiantou mais meio passo, galhardamente, o que fez sorrir a Canária que amava essa contestação, que lhe favorecia os repentes.

Do Zé Santinho:

Moça fera e bem parcida,
olha praquella encosta:
s’a minha cara é de fuinha,
essa tua é de lagosta.

O da Mó olhou o cantador com arrogância, apertando na mão o seu pau de carvalho argolado. O Rinchoso vendo-lhe esse ar de pimponice disse-lhe de soslaio:

— Ai ! Nossa Senhora ! que o home deita-se a perder ! . . . Buliram-lhe na madama. . .

A Rita, porém, conservou serenidade. Considerando que os dois se tinham entreolhado com rancor, moderou-se:

A lagosta é coisa boa,
p’ra quem gosta d’a comer;
tu que gostas mais da pinga,
vae aquella pipa beber.

— Isso queria ele, se lho pagassem. Ó da Mó oferece-lha! — disse um rapazola, lá do alto duma carvalheira.

O calor era intenso. Apesar de ser ainda Agosto, as folhas já cahiam das árvores, tontas como pássaros congestionados, e as landes soltavam-se dos cascabulhos, mirrados pelo sol ardente. Principiavam os ânimos de se acirrar, havia parcialidades: uns pela Canária, garbosa, cheia de vida e mordente; outros pelo Santinho velho, pilado, mas agressivo, soltando cantigas de ponta acerada. Os da Cerda, com o da Mó à frente e os instrumentos mudos, aplaudiam com estrondo a sua cantadeira; os da Rabiosa, e mais os seus parciais mostravam-se provocadores, com modos atrevidos, em volta do seu campeão. Gastos muitos remoques, a Rita, excitada pelo namorado e já um tanto menos cordata, atirou esta bisca aos contrários:

O’ homes da Rabiosa,
mais cá os do Penedo;
tirande p’ra lá os paus
qu’os da Cerda não tem medo.

— Responde-lhe teso, Zé! Eles querem função?… Responde teso! — incitou o Rinchoso.

Medo sim, quem no tivera,
de tão valentes pimpões ;
são fracos homes de cara,
vão-se a terra a safanões.

Aqui foram elas! O Chico cresceu arrogante, pálido de cólera, para o misero cantador; mas encontrou pela frente o Rinchoso, que lhe disse, entrepondo-se:

— Eh! seu home, qué lá isso! Aqui ha gente! Não é co’ele, é comigo.
Fez-se terreiro; alargou-se a arena para o combate, pelo súbito desaparecimento do mulherio e dalguns velhos e crianças. O lodão ferrado do Rinchoso encontrou-se no ar com o carvalho argolado do da Mó. Outros paus se ergueram, sentindo-se os primeiros estalidos, duns nos outros, semelhantes a matracas na quaresma. Parecia uma emaranhada floresta de árvores novas estonadas e sem folhas, varejadas por ventos
desencontrados.

Eram numerosos os da luta, os mesmos que vinham doutras desordens, por andarem de rixa, havia muito tempo. A atmosfera pesada deste dia abrasador, cujas labaredas brancas subiam arquejantes, da terra em fogo, estava riscada de listas movediças. As mulheres apavoradas, corriam pelo largo, agora desembaraçado de gente pelos que tinham fugido para os caminhos laterais e para a encosta do monte, gritando: «Ai! milagroso S. Roque, valei-lhes, que se matam!» As irmãs que tinham na contenda seus irmãos, as filhas que lá viam seus pães e as casadas que não puderam re-
ter os maridos, todas juntas, formavam clamor choroso com palavras de suplica a santos e santas da corte do céu: <Nossa Senhora dos Aflictos, acudi-nos!» «S. Christovão, que sois valente, apartai-os!» «Jesus de Misericórdia, tende piedade !> . . . Uma, que era mais fervorosa, ajoelhara no meio do adro, exortando: «Milagroso S. Roque, que nos livrastes da peste, descei do vosso altar e vinde aqui com o vosso cãozinho para lhes
morder nas pernas!»

O sangue já tingia as testas, as roucas ameaças acompanhando as pauladas, formavam um como sussurro de palavras que saísse da boca dum gigante. A área do combate, sempre movediça como superfície de mar agitado, parecia uma eira de malhos erguidos, que não caiam sobre as brancas espigas, mas sobre os corpos dos malhadores. Esbofava a cólera, mas não gemia a dor. Era uma confusão enorme em todo o terreiro da romaria. Os barraqueiros temiam pelas suas barracas de frágil lona. Os vendedores de rosários e veneras fugiam com os tabuleiros para dentro da egreja. As que apregoavam comidas punham-se adiante das suas bancas, receosas do destino das vitualhas. Quando viam aquele aglomerado de homens em cólera evolucionarem para o seu lado, como um penedo rolante, erguiam as mãos suplices, pedindo misericórdia : «Ai, Jesus! que será de nós!» Os que nada tinham a recear, diziam nervosos, entre si, comentando o acontecimento:

— São os da Cerda, com os da Rabiosa !
— São os da Rabiosa, com os da Cerda !

O clamor da gente chorosa, que era muita, crescia como rajada de vento forte e em breve chegou à residência do abade, perto da igreja, onde o jantar dos padres e dos músicos da festa, corria bem comido, bem bebido e bem falado, numa grande satisfação. Todos se levantaram, vindo á janela averiguar, por detrás uns dos outros, numa pinha de gente. Pelo que lhes dizia o sacristão, falando-lhes do caminho, reconheceram ser o caso sério, cientes como eram da rivalidade antiga das duas freguesias, por causa das suas musicas e agora por causa da cantadeira.

Desceram logo, dirigindo-se ao largo, no intuito de apaziguar a desordem. Nem todos, porém, acompanharam o abade, que ia correndo (quanto lho permitia a sua obesidade) com o guarda-pó branco a flutuar, como camisa ao vento. O mestre de cerimonias, o magricelas do padre José Maria Beltrão, foi desses prudentes, dizendo para o Pitança, que o convidava a segui-los:

— Não vou, que meu pai não faz outro como eu. Nosso Senhor deu-me uma cabeça para ter juízo e não para que ma quebrassem.

Ao que o pregador retorquiu azedo:

— Também que havia você de vir cá fazer ? ! Só com o movimento dos paus ia-se pelos ares.

O mestre de cerimonias engrilando-se, respondeu:

— O quê, padre João, o quê ? ! Onde me vê, já estive para matar um homem com um tiro.

— Mas não matou… Lerias… Caldinhos e breviário, padre Zé.

E lá foi para secundar o abade nos seus esforços de pacificação. Juntaram-se a eles mais pessoas gradas: — o morgado da Torre; o major reformado da Devesa: o fidalgo da Tranca, agora trôpego, mas que em novo levantava um carro de milho pela traseira com uma só mão; o brasileiro de Refuinho, e, finalmente, o regedor com a sua autoridade para prender. Encontraram-se no adro e foram em magote e resolutos, para a desordem, o abade gordo, roliço, fazendo gestos de longe, que lhe levantavam as abas do casaco branco. A ação simultânea desta gente de paz não foi atendida ; a bulha continuava enraivecida. Então eles vociferavam: o militar, repuxando salientemente a farta pera, guturava palavras pouco claras, pensando numa boa descarga, sobre aqueles malandros ; o morgado da Torre e o brasileiro, ameaçavam de nunca mais emprestarem dinheiro a uma tal sócia; o padre Pitança, acenando com o lenço d’Alcobaça, achava uma pouca vergonha fazerem isto em dia de S. Roque, que era todo paz e bondade ; o velho da Tranca, esse, encostado a um muro, por não poder andar, dizia colérico e saudoso:

— Ah! no meu tempo! Se fora no meu tempo, eu só, com um bom estadulho varria-os a todos…

O regedor, que se aproximara mais que os outros, vendo-se desobedecido, gritava pelos seus cabos, alguns dos quais andavam na contenda. Apesar disso bradava:

— Sou autoridade! Vão todos para a cadeia! Quem manda aqui?!…

O abade, animado com este exemplo de coragem, chegou-se mais para ser ouvido e suplicante dizia:

— Eh! rapazes! No dia do meu orago!… Olhem que S. Roque…

E como uma paulada quasi o atingisse, murmurou, retirando-se:

— Arre! que são brutos e malcriados! Ao que o pregador obtemperou:

— Estão cegos! E o que é!

Quem valeu para acabar a briga, em que já havia muitos feridos, foi a Canária com um estratagema. Sem temor de que lhe rachassem a cabeça, animosa e dedicada, meteu-se por entre os contendores, com os braços erguidos, o que lhe deixara em evidencia os magníficos seios. Falando em voz rogativa aos seus amigos da Cerda, pediu-lhes:

— Eh! moços, alto ai! Agora é comigo! A culpa foi minha, que puxei pelo home. Quebrem-me a cabeça, se quiserem, mas acabem.

Este pequeno nada, pelo denodo e novidade, amoleceu a fúria dos contendedores. Os golpes principiaram a ser menos puxados e incertos. Alguns velhos lavradores, homens respeitados e prudentes, aproveitaram o ensejo, prendendo pelo tronco os seus amigos, inutilisando-os para o combate. Os ânimos mais exaltados, os braços mais valentes abrandavam, e a desordem, como uma trovoada que se distancia, foi minorando, achando-se em breve reduzida a alguns protestos e injurias avulsas. Então é que o abade, acompanhado do regedor, poderam fazer valer a sua autoridade, falando em tom repreensivo, porém conciliador. O guarda-pó branco do sacerdote adejava-lhe em volta do corpo volumoso, como duas asas de gaivota. Limpava do cachaço o suor abundante com o lenço vermelho, e, ao retirar-se, para deixar bem nítida a sua reprovação por aquele ato no dia da sua festa, disse:

— A culpa não à vossa, não! A culpa é daquelas… E apontou as pipas de vinho que estavam tranquilas e mudas à sombra das carvalheiras.

A Canária puxando para si o Chico da Mó, levou-o para distancia dos grupos limpando-lhe o rosto cheio de sangue:

— O que eu fui fazer, moço! Estás mesmo um Santo Cristo chagado ! . . .


“A cantadeira”  – Francisco Teixeira de Queiroz, 1913

Jogo das armas – Ordered to fence

Notícias do Porto Antigo

Os cidadãos do Porto eram privilegiados para poderem andar armados por todo o reino As armas vindas para o Porto não pagavam décima nem ciza.

Em 1570 mandou D. Sebastião repartir armas do seu armazém pelos moradores do Porto que as não tivessem sob condição de as pagarem. Em 1571 veio ordem para que todos se exercitassem no jogo das armas aos domingos e em dias santificados.

Gazeta Literária do Porto – 6 de Janeiro de 1868

EN:
The citizens of the city of Porto, were privileged by being able to walk with weapons through the kingdom of Portugal. The weapons arriving in Porto didn’t pay any taxes.

In 1570 King Sebastian ordered weapons to be distributed to Porto residents that didn’t have any, if they could pay. in 1571 the order was that every Sunday and holy days, everyone should exercise in fencing (Jogo das armas).

Gazeta Literária do Porto – 6 de Janeiro de 1868

Ora, senhores,
Fui eu só contra trinta
E cá só com o meu cajado
Pois senhores dei-lhe tantas
Que os levou o diabo.

E elles todos armados
De fouces e de forcados.

Mas assim que se viram
Com as cabeças rachadas
E os hombros deslocados
Fugiram todos
Que os levou os diabos.

Joaquim Maria da Costa, 1890

scena

Zé Povinho

“António Maria” – Rafael Bordalo Pinheiro 1879

“Zé Povinho- Eu lá vou com este cacete, leva-os o diabo a todos….“

O Zé Povinho, por vezes também segura o varapau contra aqueles que o oprimem.

Camponeses de varapau, “espontâneos como nos serões da aldeia. Falaram de valentia. Ficou assentado que, muitas vezes, o mais fraco é o que vence; tem medo e dá logo golpe de matar.”

“Sol de Portugal (Chronica da Beira Alta)” – Fialho d’Almeida – 1918