Vinho Tinto – O Malhadinhas

O Malhadinhas – Vinho Regional Beiras –
Cooperativa Agrícola do Távora

“Nos caminhos e com os amigos
que são muitos, aprende a lidar
com a navalha e com o pau.
Avança pelo tempo, entre voltas
a Aveiro, joga ao pau com um
brutamontes, encantando uma
cachopa que, por amor a outra,
prima direita ajuramentada, deixa
ficar com o coraçãozinho em brasa.”

É na senda da qualidade, que temos o prazer de apresentar um dos ‘filhos mais novos’ das nossas terras. Reflectindo o mesmo rigor, a mesma raça, a mesma jovialidade, eis que surge o ‘Malhadinhas’, pleno de frescura, ansioso por demonstrar que, a curto prazo, atingirá o patamar mais elevado nos vinhos regionais de alta qualidade.

Alguns mestres de Jogo do pau de Lisboa dos últimos séculos

Alguns dos antigos mestres de jogo do pau português da escola de Lisboa  dos últimos séculos.

Mais informações sobre alguns dos mestres em:
http://jogodopau.tumblr.com/mestres

Baseado em “Jogo do Pau – Esgrima Nacional” – António Nunes Caçador 1963

Ele e Eles a Varapau


(Ilustração de Paulo J. Mendes – http://postalguarelas.blogspot.pt)

Ele passou pelo grupo, tentando agir naturalmente apesar de saber que por aqueles caminhos não era bem recebido. Estava sozinho e eles fulminavam-no com os olhos. Estavam encostados a um muro, e ele que tinha que passar por aquele caminho, sabia-se em desvantagem. Todos eles eram bravos lutadores, e por mais vezes que ele tivesse saído ileso de uma feira em alvoroço, ali, naquele espaço limitado, sem ser grande corredor, não tinha nem solução nem escapatória. Se os provocasse ou se eles se decidissem vingar, ele ficaria com muita sorte, o próximo mês sem conseguir trabalhar, coisa que não dava jeito nenhum. Isto se não ficasse o seu corpo perdido naquele mato.

Mas do que se poderiam eles vingar? Ora, das vezes que ele lhes quebrou os ossos, não havia um daqueles 8 rapazes (e alguns já não tão novos) que não tivesse pelo menos um ossito quebrado por ele em posteriores andanças. De aldeias diferentes, os rapazes de uma, nunca olhavam de bom grado para os de outra, e em várias feiras, ao longo dos últimos anos, ele teve oportunidade de se defrontar com todos eles, em alturas diferentes, umas vezes com um par deles, outras vezes com quatro ou cinco de uma vez, ou mais. Muitas vezes não estava sozinho também, mas a verdade é que destes nove rapazes, ele e o grupo, ele nunca levou deles, mas eles sempre levaram dele.

Poderíamos estar a falar de um grande mestre do varapau, daqueles homens que ninguém lhes toca, de que todos tem medo de se aproximar, e cuidado com o que dizem para não o fazer puxar do varapau, mas não era o caso, ele muitas vezes tinha ficado de cama, muita pancada tinha também levado, e nem era tão pouco o melhor da sua própria aldeia. Eles todos juntos, facilmente conseguiam-no deixar estendido ali na estrada, se calhar até só 2 ou 3 deles.

Quando ele já ia a passar, uns bons passos à frente do grupo, o mais alto, do meio, grita – ouve lá – Ele vira-se e olha-o no olhos. O do meio continua: – Na próxima semana há feira, ai é que vais ver como é! – Ele, aliviado, sorri e diz – Veremos – e continua o caminho.

Frederico Martins

[vimeo 20371954 w=500 h=375]

Neste vídeo, aos 22:10, Matt Galas apresenta-nos a sua interpretação de duas regras para montante, escritas por autores Ibéricos por volta dos séculos XVI e XVII. Estas duas regras são especificas para a situação de combate em interioridade numérica, estando cercado, primeiro numa rua apertada onde só se conseguem fazer pontuadas, e segundo, numa rua mais larga onde já se conseguem fazer ataques em rotação.

No jogo do pau português, a prática de combate em inferioridade numérica é bastante trabalhada e o desenvolvimento do jogador vai muito além da prática de formas repetitivas. No entanto, este tipo de formas, simples e simétricas, que se podem repetir indefinidamente são a base que se tem que ter para se poder progredir. Como nos demonstram vários autores, já eram praticadas à vários séculos, e preservaram-se em vários grupos de jogo do pau tradicional, alguns deles que ainda os podemos ver quer no interior no pais quer nas grandes cidades.

lama-armonica:

sakrogoat:

Ubaldo Gandolfi – Mercury About to Behead Argus

Il falcione: la simpatica arma per le decollazioni (Giuditta docet)

O nosso amigo italiano (calculo) destaca nesta pintura a arma de lamina, eu destaco aqui o varapau, de cerca do tamanho de um homem, adequado para caminhada e defesa do próprio pescoço, mas que não funciona quando se cai no sono.