JOGO DO PAU NO GINÁSIO CLUBE DE MAFAMUDE – (Revista Stadium -1932 – Biblioteca Museu Nacional Desporto – Lisboa)

O Jogo do pau revive

O norte do país teve, desde sempre, a especial inclinação por este jogo. Disseminado por todos os concelhos, em um houve que a prática era desejada pela mocidade, tal como agora o futebol, Não só a gente humilde o aprendia. Também os ricos o cultivavam.

E Vila Nova de Gaia, o concelho referido, fez gala dessa vantagem. Por muito tempo, tomou a dianteira. Os seus naturais orgulhavam-se de possuir um com lote de esgrimistas, dignos adversários de muitos que se intitulavam campeões. Foi uma época áurea, só lembrada pelos antigos. Ás noites do velho Coliseu, com os seus assaltos entre os vários cultores, pendeu sempre para os gaienses

Mas… veio a época do esquecimento, e o antigo desporto é lançado ao abandono. Uma ou outra manifestação isolada, sem o brilho preciso. Tudo isto pesou para que outras modalidades ocupassem os ócios da juventude, relegando para ínfimo plano o verdadeiro jogo português.

Dessa plêiade de outros tempos existem três pioneiros: Antero Romariz, Francisco Pereira e Joaquim Tomaz Rodrigues. Lembrando-se de incutir no âmbito dos novos a vocação pela esgrima do pau, lançaram as bases de uma coletividade em que a mesma fosse ministrada com método a todos quantos a ela se quisessem dedicar. Foram bem sucedidos e em pouco tempo uma dezena de alunos frequentava o Ginásio Clube de Mafamude, titulo com que foi batizado esse agrupamento.

A semente frutifica e pouco depois dezenas e dezenas de praticantes recebem as lições desses dedicados mestres. A apresentação em público e em festa do Ginásio já se realizou. Festa linda, foi dado apreciar o grau de aperfeiçoamento de muitos alunos.

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