[youtube http://www.youtube.com/watch?v=04VdyhvIopg?feature=oembed&w=500&h=281]

O Jedi de Fafe!

“O meu sabre de luz é um pau… de marmeleiro”.
O Jedi de Fafe, na Mixórdia de temáticas de Ricardo Araújo Pereira.

“Como fã da guerra das estrelas, considero este o melhor texto sobre a guerra das estrelas“ – Nuno Markl

Lenda do marmeleiro do francês

Aquando da primeira invasão francesa o exército invasor seguia do Covilhã em direcção a Castelo Branco. 

Sendo informados da resistência que os guardava na Soalheira, alteram o seu itinerário. No Salgueiro do Campo o povo escondeu-se onde podia, levando consigo alimentos e pequenos tesouros, pois os Franceses eram vistos como filhos de Mafarrico. A resistência foi feita com a organização de pequenos grupos, tendo ficado um pequeno destacamento Francês no Salgueiro. O mesmo foi despachado aquando da vitória Anglo-Portuguesa sobre a França.

Quando a alegre notícia da expulsão dos Franceses chegou ao Salgueiro logo o tirano Francês foi duramente castigado. Após ter sido espancado foi enterrado vivo perto do cemitério. No local foi enterrada a vara de marmeleiro que ganhou raízes e se transformou num grande marmeleiro, a que se chama o marmeleiro do Francês.

http://salgueirodocampo.planetaclix.pt/marmeleiro_frances.htm

Nicolau e Venceslau

Uma história para crianças:

TODOS conheciam naquela terra o Nicolau e o Venceslau, dois homens nem moços nem velhos, nem altos nem baixos, nem bonitos nem feios, um gordo outro magro.

Ora o Nicolau tinha uma fazenda onde havia uma figueira, que dava belos figos moscateis. O Venceslau foi lá um dia, trepou à figueira, apanhou muitas dúzias de figos e meteu uns para a barriga e outros para as algibeiras.

Deu por isso o Nicolau e protestou que havia de arranjar um varapau para dar uma sova no Venceslau, que era ratoneiro e marau.

Foi ter com um marmeleiro que havia na fazenda, e o marmeleiro disse-lhe:

-Como estás tu, ó Nicolau?

E o Nicolau respondeu-lhe

-Estou bom e quero um dos teus ramos, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E o marmeleiro respondeu-lhe:

-Se queres um dos meus ramos, arranja um machado para me cortares.

O Nicolau foi ter com um machado, e o machado disse-lhe:

-Como estás tu, ó Nicolau?

E o Nicolau respondeu-lhe:

-Estou Bom e quero que cortes um ramo de marmeleiro, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E o machado respondeu-lhe:

-Se queres que eu corte o marmeleiro, arranja uma pedra para me afiares.

O Nicolau foi ter com a pedra e a pedra disse-lhe:

-Como estás tu,ó Nicolau?

E o Nicolau respondeu:

-Estou bom e quero que afies o machado, para cortar o marmeleiro, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E a pedra respondeu-lhe:

-Se queres que eu afie, arranja água para me molares.

O Nicolau foi ter com a água que havia no poço da fazenda, e a água disse-lhe lá de baixo:

-Como estás tu ó Nicolau?

E o Nicolau respondeu-lhe:

Estou bom e quero que molhes a pedra, para afiar o machado, para cortar o marmeleiro, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E a água respondeu-lhe:

-Se queres que eu molhe a pedra, arranja que a nora me leve lá para cima.

E o Nicolau foi ter com a nora, e a nora disse-lhe:

-Como estás tu, ó nicolau?

E o Nicolau respondeu-lhe:

-Estou bom e quero que levantes a água para molhar a pedra, para afiar o machado, para cortar o marmeleiro, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E a nora respondeu:

-Se queres que eu levante a água, arranja que o boi me faça andar.

O Nicolau foi ter com o boi, e o boi disse-lhe:

-Como estás tu, ó Nicolau?

E o Nicolau respondeu-lhe:

-Estou bom e quero que faças a nora andar, para levantar a água, para molhar a pedra, para afiar o machado, para cortar o marmeleiro, para arranjar um varapau, para dar uma sova no Venceslau, que é ratoneiro e marau.

E o boi, que era muito manso e obediente, fez andar a nora, e a nora levantou a água, e a água molhou a pedra, e a pedra afiou o machado, e o machado cortou o marmeleiro, e o Nicolau arranjou um varapau, com que deu uma sova no Venceslau, a quem chamou de ratoneiro e marau.

Mas como não era peco, o Venceslau tirou o varapau das mãos do Nicolau e deu-lhe um troco menos mau.

E assim ficaram ambos castigados: por furtar os figos o Venceslau e por ser vingativo o Nicolau.

Em “Serões” revista mensal ilustrada Nº8 – 1906