A espada a duas mãos – A forma como é utilizada atualmente, com uma guarda com um comprimento de quatro mãos ou mais, é mais adequada, não tanto ao combate um contra um, mas, pela sua habilidade, como um galeão cercado de galés, por si só, a opor-se a várias outras espadas ou diferentes armas. (…) é comum o seu uso em cidades, de dia ou de noite, sempre que um possa ser atacado por vários. Devido ao seu peso, que requer grande força, é utilizada pelos mais fortes de braço e de coração. Estes homens, vendo-se a ter que defrontar vários outros, por segurança e para aterrorizarem os seus adversários com a fúria da sua arma, fazem ataques com longos cortes, trazendo a espada a fazer um circulo completo, ora colocando o peso sobre um pé ora sobre outro, sem se preocuparem de todo em fazer pontuadas, pois segundo a sua opinião, os ataques de ponta apenas afetam um único homem, enquanto um corte, consegue lidar com vários.
Citações
Sarilho: 3. Movimento rotativo imprimido a pau ou espada.
Lousada
Dona da Aparecida, local de uma notável romaria, em que se despejam pipas de vinho ás dezenas, e se distribui bordoada, a preços reduzidos de ida e volta.
“O Minho Pitoresco” José Augusto Vieira, 1887.
…eram outros tempos esses da minha infância. Tempos em que os homens rurais iam às feiras e às romarias munidos de varapau ou de pau-ferrado, para afugentar qualquer ladrão emboscado numa encruzilhada ou para lavar e repor a honra ofendida por ditos ou provocações. Sim, nesses tempos a honra tinha valor e quando ofendida, era lavada e reposta em acção directa e não, como hoje, com recurso por tudo e por nada ao tribunal, por bagatelas penais.
O Pau é a defesa do Homem
Se não queres que entrem… – disse ele, parando de repente e apontando para o varapau.
Camilo de Noronha, que , já neste século foi notável como toureiro e varredor de feiras. A sua destreza no jogo de pau era tal, que chegava a um arraial, apeava e destroçava a multidão , atirando homens por terra como uma criança que derrota um regimento de soldadinhos de chumbo.
Aproximei-me do circo onde se travavam d’antes as luctas homéricas dos valentes jogadores de pau. Estava deserto.
Apenas, depois de largo intervallo, appareceram dous conservadores das velhas tradições, que esgrimiram um pouco mas sem enthusiasmo nem applauso.É profundamente triste este desapparecimento do espirito cavalheiresco e poético de um povo.
No calor da varrimenta, e num passe de cajado por detrás das costas, apanha o homem pela cabeça. Nem olha. Larga o cacete e arranca, peito abaulado, pernas e braços em movimento de biela a todo o vapor.
O homem dobra, apruma, range o corpo; torce-o, e tão depressa é espiral como vara de amieiro ao vendaval; treme como lódão nas mãos frenéticas do jogador de pau em romaria ou feira.
E vendo eu que nesta diligência de encomendar as coisas à custódia das letras — conservadoras de todas as obras — a Nação Portuguesa é tão descuidada de si quão pronta e diligente em os feitos que lhe competem por milícia, e que mais se preza de fazer que dizer.
Mora ali um rapazola
Que certa moça aprecia,
Joga o pau, toca viola,
Muda de amor cada dia.